
Onde limite é a virgula e não o ponto.
Pobre Pirata
03/09/2013 07:31
Pirata errante sou
Marginal dos sete mares
Em marés maternas
Em Nau navegador
Perseguindo tesouro enterrado
Profundo na mente
Profundamente enraizado
Sem mapa, só bussola, sem norte
As velas do barco velando
Capitão em Caravela fantasma
Minha tripulação sombras
Assombrando amores passageiros
E tantas vezes me enganei
Nas ilhas em que aportei
Entre carícias desenganadas
Saudades do que deixei... Tu deixaste...
Não vejo terra à vista
Nem mesmo o mar
Que só sinto o gosto salso do pranto
Vestígios que carrego do teu tenro olhar
Lágrimas são pequenas moedas do relicário
Reminiscências da tua riqueza
Fascinação do tesouro perdido
Que teimo em procurar
Entre tormentas lacerantes
Atormentado por lembranças
Que empurram, puxam e esticam
Naufragando em salgado dessabor
Errante sou e errando encontrarei
Cavando em nuvens
Desenterrando sonhos
Um dia te reaverei
Num abraço
Num beijo
Que nunca te dei... Tu não me deste...
Mãe
Texto: Maurício Gervazoni
Imagem: Google Image - Moby Dick 1950 -
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